30 de janeiro de 2009

A nossa viagem


Faz hoje cinco anos . . . como o tempo nos escapa por entre os dedos tão subtilmente . . . cinco anos . . .


À cinco anos vivi os momentos mais desgastantes a nível físico e emocional de que me recordo. Momentos de incertezas, de tristezas, de escassas alegrias, de dor, de pequenas grandes vitórias, momentos que não voltarei a ter. À cinco anos chorei, sorri, lutei, sofri e agradeci. Agradeci, e agradeço, aos que me acompanharam nesta viagem, aos que me ajudaram e sofreram comigo, aos que sempre me deram alento, aos que permitiram que eu não desistisse, aos que estiveram lá. Foi uma viagem tumultuosa, uma viagem com tempestades e calmarias mas sempre guiada pela esperança.


Passaram cinco anos . . . Vejo agora que chegámos a bom porto, com a nossa força e o nosso amor. Vejo agora que perdi algumas coisas desta viagem, coisas que jamais irei recuperar mas aprendi com os meus erros. Vejo hoje que alguns dos que, tão prontamente, me estenderam a mão à cinco anos são os que sofrem hoje, são os que batalham contra problemas pessoais complicados e os que precisam de apoio e carinho. Para vocês, e sabem quem são, toda a força do mundo e, se assim o quiserem, ajudarei na vossa viagem.


Hoje sinto-me cansada mas não desgastada e os momentos de alegria têm um peso bem maior do que os momentos de tristeza e dor. Hoje sou feliz porque resistimos, juntos, às tempestades. Por ter falhado alguns períodos desta viagem peço desculpa a ti e só a ti, e é um peso que carregarei sempre comigo. Aos que me acompanharam nesta viagem ( desde o início ou que se foram aproximando e os que por diversas razões perdi o contacto mas estiveram lá), aos que me mostraram que nada é impossível, aos que me fizeram acreditar que enquanto há vida há esperança, aos que me ensinaram que com amor tudo se consegue, o meu mais sincero Obrigado nunca terei palavras suficientes para vos agradecer por tudo.

Hoje aprendi que nada termina aqui.


Este é o meu agradecimento para Vocês ( por me terem acompanhado) e para Ti ( por seres a minha Estrelinha).


Obrigado, Amo-vos !

28 de janeiro de 2009

A chuva


A noite voltou.
Oiço a chuva a cair, a bater violentamente contra o vidro. Acelero e ignoro o resto, foco-me no meu destino. Páro o carro, desligo as luzes e deixo-me ficar ali. Esqueço tudo, concentro-me apenas no som descompassado da chuva a bater no vidro e na dança violenta das ondas do mar contra as rochas. Sinto-me estupidamente fraca, sem forças. Sei que estou bem mas a mente tem, por vezes, mais poder do que o corpo.

É agora noite cerrada. Abandono o carro. Começo a sentir a chuva no rosto, no corpo . . . Autorizo-a a tentar levar com ela a minhas fraquezas. Apercebo-me do peso da roupa molhada contra o corpo, mas não sinto o seu frio. Deixo a chuvar fluir através do meu corpo, deixo-a levar tudo, deixo-a limpar a alma.

A chuva parou. O vento mantém-se gélido. Consigo vislumbrar algumas estrelas no firmamento. Sorvo as forças que cada lufada desse vento me traz. As forças voltam. A roupa teima em não secar e relembrar o seu peso.

Regresso ao carro. Lanço um tímido olhar às ondas e às estrelas. Sorrio e agradeço.Parto e acelero.

Tudo na Vida acontece por um motivo.

Não existem coincidências.


A chuva voltou!

24 de janeiro de 2009

Talvez . . .

" Talvez não haja razão nenhuma e toda eu seja demência, ou urgência, não sei . . .
Talvez não sejas tu, nem seja eu, nem tenhamos nós que existir.
Talvez devesse simplesmente deixar fugir o momento, em que dentro de ti navego e sonho e acordo a rir.


Talvez tu não sejas mais do que tudo aquilo que a minha imaginação quis criar.
E não sejas bom nem mau, não sejas forte nem fraco, não tenhas por dentro tanto além daquilo que eu vejo por fora ( e que, aqui entre nós, é pouco . . .).
Talvez a razão não me acompanhe nesta viagem e eu percorra a estrada apenas como um louco, sem pequenas questões nem grandes respostas.


E então, poderão perguntar-me:
- Mas afinal, porque gostas?
Talvez eu nesse instante possa responder que é justamente esse não sei quê, que nasce não sei quando, vem não sei como e dói não sei porquê que me faz acreditar."



Luís Vaz de Camões

23 de janeiro de 2009

A Conversa



Uma conversa flui ao longe, suave mas forte, discreta, impossível.
Fecho os olhos num esforço, irreal, de descortinar cada palavra, cada pausa, cada entoação.
Duas vozes femininas, duas gerações diferentes, ou talvez não.
Tudo não passa de uma névoa . . . ao longe . . .

- Estás bem?
- Pareço-te bem?
- Não . . .
- . . . provavelmente não estou . . . não sei bem . . .
- O que se passa para pensares assim?
- Nada! E talvez seja esse o problema . . . talvez seja só uma fase . . .
- E o que se passa nesta fase?
- Não sei . . . Acho que me sinto dispensável, prescindível. Gostava de me sentir mais amada e acarinhada . . . necessária . . .
- Mas sabes que eu te amo, assim como os teus amigos e família?
- Sei, claro que sei. Mas não é disso que falo, nem sei explicar.
- Então?
- Gostava de acordar um dia e perceber que todos os meus desejos, todos os meus sonhos, se tinham realizado. Parece-te parvo?
- Não, mas é simples e só depende de ti. Esses sonhos são difíceis de realizar?
- Muito . . . mas só depende de mim!
- Como posso ajudar?
- . . . Só quero ser feliz . . .

Deixo a conversa fluir. Tento perceber se foi real ou se só existiu na minha cabeça. Mas não existe mais nada a dizer, ou a fazer.
Deixo a névoa partir. Talvez o sol venha a seguir. Talvez amanhã seja mais amada e acarinhada. Talvez amanhã seja feliz. Talvez amanhã tudo faça sentido.
Talvez amanhã . . .

Talvez . . .

19 de janeiro de 2009

Para onde voaste?

Penso em ti . . .

Grito em silêncio o teu nome e recordo cada momento, cada minuto e cada segundo passado contigo. Recordo como sempre soubeste como me fazer sorrir, como eu sempre soube como te animar. A amizade é isso. E a amizade tornou-se real quando, apesar de ambos conhecermos todos os nossos defeitos e qualidades, nos adorámos mutuamente. Choramos juntos, rimos juntos, sofremos juntos e festejámos juntos. Soubeste reconhecer o meu mais íntimo sinal de tristeza e eu desvendei o brilho que os teus olhos escondiam. Com o teu enorme coração aprendi a ver o que é invisível para os olhos, com a minha capacidade de perdoar aprendeste a ser mais tolerante. E foste mais do que um amigo, foste um confidente, foste um apoio, foste as minhas dúvidas e certezas.


Mas, o tempo passa . . . e tudo muda . . .
E é por gostar tanto de ti, e talvez pela minha capacidade de perdoar, que não posso ser egoísta, que não te posso cortar as asas. E sim, a amizade também é isso! A amizade também passa por perceber, e respeitar, que por vezes precisamos de conhecer coisas novas, de abrir os horizontes. E é por isso que te vou deixar voar apesar de saber como isso me vai magoar.


Penso em ti . . . mas já não estás . . . já não és . . . já não somos . . .
Trago-te ao pensamento, sinto a batalha que a revolta trava com a compreensão. Tento lidar com essa batalha . . . mas já não sei como o fazer.


Penso em ti . . .



Para onde voaste?

18 de janeiro de 2009

Ao Amor que nos une


Ainda que eu pudesse demonstrar o amor que sinto por Vocês, nenhum gesto seria suficiente.
Ainda que eu pudesse dizer o quanto Vos amo, nenhuma palavra teria a força suficiente.
Ainda que eu pudesse viver sem Vocês, nada faria o sentido suficiente.
Ainda que eu pudesse . . . Mas não o sei expressar, dizer ou viver . . .
Mas posso ( e falo-ei sempre) oferecer-Vos a minha gratidão.

Tudo o que sou hoje foi graças ao Vosso amor, ao carinho e à compreensão que nunca me foram negados. E sei que tudo isso é, e foi, fruto do Vosso amor, amor esse que não só me trouxe ao mundo mas, também, me brindou com várias dádivas inigualáveis, como o Vosso sorriso.
Ensinaram-me não só a andar mas, principalmente, a caminhar na vida. São o ar que eu respiro e sem o qual já não sei viver.
São o meu porto de abrigo que, independentemente da força da tempestade, estará sempre pronto para me acolher.
Sei que puderei sempre contar Convosco e que por muito que Vos possa magoar, e sei que já o fiz, nunca deixarão de me estender a mão.

Por todas as vezes que não Vos disse,
por todas as vezes que não Vos agradeci,
por todas as vezes que chorei de raiva ao pensar como Vos tinha magoado,
por todas as vezes que Vos falhei,

peço-Vos mil perdões.


Irão sempre ser os meus dois alicerces, irão sempre caminhar comigo pela vida e terão sempre o meu amor e gratidão.
Por serem as pessoas fantástica que são, por estarem sempre presentes, pelo carinho diário, por me trazerem até aqui,

OBRIGADO!


AMO-VOS!


15 de janeiro de 2009

Estrela Brilhante


" - És a minha estrela.
- . . . mas . . . mas, eu já morri?
- (sorriso) Não meu amor! Existem dois tipos de estrelas, as que estão no céu e, as que estão na terra. As que estão no céu são as pessoas que amamos mas já partiram, lá do alto brilham para nos iluminar e olham por nós. E depois existem as estrelas que estão na terra, como tu. São pessoas que amamos com todas as nossas forças, pelas quais fariamos qualquer coisa e para as quais estaremos sempre disponíveis. Tu és a minha estrelinha que está na terra, percebeste?
- Acho que sim . . .eu sou a tua estrela . . . (pausa, sorriso) e tu és a minha estrela!
- Amo-te, sabias piolho?
- Eu também. Tu és o amor da minha vida e eu sou o amor da tua! "


Com esse brilhozinho nos olhos, sorriso maroto e doçura do tamanho do mundo, és a minha estrelinha brilhante. Estarei sempre onde estiveres, irei sempre acompanhar-te em cada viagem, em cada passo e nova etapa da vida, sorrirei contigo, limparei as tuas lágrimas, lutaremos juntas. Mesmo quando o futuro não o permitir estarei lá porque não existe distância que separe ou dissipe este amor.
Quando errar contigo, e sei que o farei, perdoa-me porque jamais o farei com o verdadeiro intuito de te magoar mas, o melhor caminho nem sempre será o mais fácil.
Encontra o teu rumo, faz frente às tempestades e sê feliz. E quando achares que já não vale a pena lutar grita por mim e, eu, irei mostrar-te que vale sempre a pena, que tu vales a pena.
Por isso, minha estrela brilhante, abre as asas e voa. Voa e sê feliz.

Beijos à esquimó e à gato!

Daquela que te amparará sempre.

13 de janeiro de 2009

A espera

Aeroporto de Lisboa.

A espera.

Um homem que transborda nervosismo.
Passos apressados, para trás, para a frente, pára, olha o relógio, olha para o écran das chegadas, e a rotina repete-se vezes sem conta.
Pára, levanta a cabeça, olha para a porta das chegadas e abre um dos sorrisos mais bonito que eu já vi. A razão do sorriso surge, uma mulher que lhe fixa o olhar, retribui o sorriso e deixa fugir algumas lágrimas daquele olhar terno e doce. Correm na mesma direcção e perdem-se em abraços e beijos eufóricos. O que pareceu uma eternidade não durou, escassos minutos. Afastam-se juntos conversando alegremente.

Um casal idoso.
Abraçados, mãos dadas, olhar ansioso mas triste, choram juntos mas discretamente. Não olham para o relógio, não consultam o écran das chegadas e tão pouco olham para a porta das chegadas, não demonstram nervosismo. Apenas estão, na esperança que o mundo não os veja e tudo não passe de um pesadelo. Das chegadas surge uma rapariga que veste preto e arrasta a bagagem mais pesada de todas, a dor. Aproxima-se do casal idoso. Um leve toque nos ombros e, num segundo, o casal revive a triste verdade que os levou até ali naquele dia. Olham-se, as mãos continuam juntas num gesto de apoio e choram. Ninguém fala, o aeroporto parou, consigo sentir o som silencioso das lágrimas a deslizar pelos seus rostos.

Uma rapariga impaciente.
Com o ar cansado de quem espera à demasiado tempo. Senta-se, tenta ler o livro, levanta-se, vai à rua, volta, consulta o écran das chegadas a cada segundo, "aterrou às 9:29", olha o relógio "9:50", telefona e ninguém atende. Pára em frente à porta das chegadas e estuda os passageiros, tenta descortinar a origem do voo. E quando o desespero ameaça roubar-lhe a lucidez, pára. . . Pára, abre os braços, abraça a família, o seu porto de abrigo e chora sem se preocupar com os olhares à sua volta. Sorve cada abraço, beijo e carinho daquele momento. Uma curta ausência demasiado prolongada. As várias horas de preocupação desaparecem enquanto se afasta feliz, feliz e completa.

Tudo faz sentido agora.

Obrigado pela espera!

12 de janeiro de 2009

Jason Mraz feat. Colbie Caillat - Lucky





Uma música fantástica com duas vozes perfeitas!

Deixem-se levar e apreciem, afinal é com isto que, quase, todos sonhamos!

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperançar louca.


Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.


De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.


(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)


Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.


Alexandre O'Neill

10 de janeiro de 2009

Mais uma noite


O dia era perfeito. Ao longe o sol fazia-se notar e, discretamente, aquecia o frio que foi ficando.
Ela perdia-se pela praia, pelos fascínios secretos do mar, pelos abraços dos casais enamorados, pela indiferença das gaivotas.
Decide entregar os pensamentos que a esmagam à última onda do mar.
Mas, a melodia regressa, a onda volta, e juntas trazem, de novo, a mágoa. Deixa-se levar pela melodia que brutalmente ecoa na sua mente.
Sente a sua presença. Um arrepio, o calor da respiração na sua nuca. E deixa-se ficar. . .
Deixa-se ficar. . .
E é quando essa presença se torna mais real que surge a voz. Aquela voz fria e distante que insiste em gritar: "Some things aren`t meant to be...".
Acorda sobressaltada.
Mais uma noite.
Mais uma semana.
Mais um mês.
Controla a respiração.
Sorri para afastar a tristeza e pensa: "Agora vou ser feliz.".
Lentamente fecha os olhos e deixa-se levar.

9 de janeiro de 2009

Aquela ilha perfeita




Acendo um cigarro e olho o horizonte. Perco-me nesse mar longínquo e deixo que a brisa fria do mar me invada. Um arrepio de frio puxa-me para a realidade, obriga-me a adiar os meus devaneios naquela ilha perfeita. Ah aquela ilha perfeita!. . . Aquela ilha onde sei que me vou refugiar vezes sem conta, onde o tempo não passa e a dor não me toca, aquela ilha onde podemos ser felizes e onde tudo é perfeito.
A realidade vem, oiço o barulho dos carros, um cão a ladrar, uma criança que chora.
O corpo volta, lentamente, à realidade. A mente, essa, continua a voar porque sabe que a realidade dói. A realidade em que nós não existimos, onde o tempo passa e a dor insiste em fustigar-me.

Inspiro, lentamente, e regresso. Regresso sozinha mas acompanhada, trago as lembranças daquela ilha perfeita. E por pequenos instantes permito-me ser feliz.

Sinto a brisa fria do mar e apago o cigarro.

Rendo-me à dor, às evidências. . .

Já não sinto nada.


Já não sei lutar.


Pedaços de mim

Gosto da chuva, principalmente do cheiro da chuva.

Gosto do vento, de sentir a brisa fria a tocar-me no rosto.

Amo as gargalhadas e o sorriso da minha filha. Amo a forma como Ela diz: "Mamã não gosto de ti, ADORO-TE!". Adoro a forma como me abraça e sussurra: "Tive saudades tuas.".

Amo os meus pais. Simplesmente são a minha vida. Obrigado!

Não sei viver sem os meus Amigos, que são um dos meus grandes pilares. Adoro a forma como me elogiam, criticam, beijam, abraçam, a forma como estão sempre lá. E a forma como terão sempre um cantinho especial, e só deles, na minha vida.

Gosto de chocolates, da forma suave como lentamente se derretem na boca.

Gosto de ti.

Gosto de ver o mar mas não gosto de ir à praia.

Gosto do som da palavra "miga", vinda da boca da Ana, e da palavra "doce", da boca da Carla. Não sei explicar!

Gosto de abraços sentidos, gosto de beijos verdadeiros e gosto de palavras sussurradas ao ouvido.

Gosto de cães, da sua fidelidade e doçura incomparável.

Gosto de oferecer prendas mas não tenho jeito para as receber!

Gosto de fazer elogios sinceros mas tenho dificuldade em aceitá-los.

Gosto de ficar sentada, às escuras, em frente a uma lareira.

Gosto do silêncio mas odeio sentir-me só.



Resumidamente, gosto da vida tal como se apresenta, altos e baixos incluídos!

8 de janeiro de 2009

The beginning. . .

Surpreendidos? Pois é. . .parece que, também, me rendi aos blogs!!

Talvez por brincadeira, ou por necessidade de passar a escrito aquilo que não consigo dizer, ou será por falta de ocupação? Enfim. . . só o tempo o dirá!

Este blog terá como finalidade principal a partilha, partilha de emoções, de carinho, de dor, de amor, de medo, de incertezas, etc.; e talvez seja uma forma de mostrar que a "mudança está em progresso".

A todos os que tiverem a paciência e coragem necessária para espreitar, e comentar, o meu espaço secreto o meu mais sincero OBRIGADO!