24 de janeiro de 2009

Talvez . . .

" Talvez não haja razão nenhuma e toda eu seja demência, ou urgência, não sei . . .
Talvez não sejas tu, nem seja eu, nem tenhamos nós que existir.
Talvez devesse simplesmente deixar fugir o momento, em que dentro de ti navego e sonho e acordo a rir.


Talvez tu não sejas mais do que tudo aquilo que a minha imaginação quis criar.
E não sejas bom nem mau, não sejas forte nem fraco, não tenhas por dentro tanto além daquilo que eu vejo por fora ( e que, aqui entre nós, é pouco . . .).
Talvez a razão não me acompanhe nesta viagem e eu percorra a estrada apenas como um louco, sem pequenas questões nem grandes respostas.


E então, poderão perguntar-me:
- Mas afinal, porque gostas?
Talvez eu nesse instante possa responder que é justamente esse não sei quê, que nasce não sei quando, vem não sei como e dói não sei porquê que me faz acreditar."



Luís Vaz de Camões

1 comentário:

Ana disse...

Muito bem escolhido coração, ADORO este soneto de Camões e... adoro tu também :)