1 de junho de 2009

O tango

A noite caiu.

O sítio estava cheio, a escuridão era quase total e, o barulho insuportável...mas, eles encontraram-se.

A criatura, postura discreta, de olhar sereno e lábios vermelhos luxúria.

A pessoa, de olhar misterioso e porte altivo, os lábios a expirar desejo.

Os olhos cruzaram-se, encontraram-se e cederam ao desejo à tanto tempo contido...
Sem uma única palavra ou gesto a criatura permitiu que a pessoa a despisse lentamente, sem qualquer pudor...
Sem qualquer promessa ou obstáculo, sem horas ou local, sem segredos ou culpas, apenas a vontade...
A criatura reviveu aqueles distantes momentos, os cheiros, o toque, o sabor, o sentimento de protecção, o prazer e, entregou-se.
A pessoa leu-lhe os pensamentos e permitiu-lhe todos esses luxos.
O tempo parou, o sítio ficou vazio, o barulho desapareceu e eles entregaram-se...
Durante aqueles instantes o tempo foi só deles, do desejo.
O dia nasceu, o calor dos corpos desapareceu mas as memórias (boas) persistem e insistem...sempre...

Sem promessas, existem tantas noites para eles...

Um beijo pessoa

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